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15.2.12

François Truffaut - Top 10

1.
Os 400 golpes
Les quatre cents coups, 1959
O início de uma aventura sem paralelo na história do cinema: a vida em cinco 'episódios' de Antoine Doinel (Jean-Pierre Leaud, o alter ego de Truffaut). Um filme de começos, que encerra com o plano fixo mais famoso de sempre.

2.
 Duas Inglesas e o continente
Les deux anglaises et le continent, 1971
Uma obra-prima pouco citada, que tem aquela que é talvez a maior personagem feminina de Truffaut, Muriel, 'a puritana enamorada' como se auto-define.

3.
Angústia
La peau douce, 1964
Um magnífico drama negro, que tem a curiosidade de se passar parcialmente em Lisboa.

4.
Noite Americana
La nuit américaine, 1973
A maior declaração de amor ao cinema jamais filmada, perfeita antítese das cáusticas visões de Hollywood sobre si própria (de que é paradigma 'Crepúsculo dos Deuses' de outro grande, Billy Wilder).

5.
Beijos roubados
Baisers volés, 1968
A terceira aventura de Doinel (a segunda é a curta-metragem 'Antoine e Colette'). Um filme de uma leveza bela como nunca mais ninguém (nem eventualmente Truffaut) filmou.

6.
Jules e Jim
Jules et Jim, 1962
Talvez o único filme de Truffaut que toda a gente é capaz de nomear para além de 'Os 400 golpes'. Tem outra das grandes personagens femininas do realizador, Catherine (Jeanne Moreau), indubitavelmente mais intensa e perturbante do que Jules e do que Jim, o que levaria por si só a uma longa discussão acerca do título do filme. 

7.
 Disparem sobre o pianista
Tirez sur le pianiste, 1960
O segundo filme de Truffaut adapta- e subverte-  um pulp thriller americano, proporcionando ao popularíssimo cantor Charles Aznavour um papelaço. 'Disparem...' é provavelmente o filme mais atípico e experimental de Truffaut. Foi também um fracasso de bilheteira, e não falta quem pense, justa ou injustamente, que nunca mais Truffaut (que queria genuinamente fazer um cinema que comunicasse com o público) arriscou tanto.

8.
Domicílio conjugal
Domicile conjugal, 1970
Quarto episódio do 'ciclo Doinel'. As cores começam a ser mais sombrias.

9.
O amor em fuga
L'Amour en fuite, 1979
O fecho do ciclo Doinel é um filme estranho, original, e que deixa no espectador um rasto de melancolia  e até tristeza. Curiosamente foi um êxito de bilheteira, o que mostra a profunda ligação do público da época com Antoine Doinel. Se 'A noite americana' é um filme para cinéfilos, este, tão auto-referencial, é um filme para amantes de Truffaut.

10.
O homem que amava as mulheres
L'Homme qui amait les femmes, 1977

Bertrand Morane, um mulherengo inveterado - com um fetiche pelas pernas delas -  escreve as suas mémórias. Truffaut, várias vezes acusado de chauvinismo, disse que este era "um filme feminista, ao estilo de Truffaut". Na enésima prova de que a vida imita a arte, no funeral do realizador, à semelhança do de Morane, estiveram presentes muitas das mulheres da sua vida.

6 comments:

Ricardo Gross said...

É muito porreiro este projecto de fazeres Top 10 de diferentes realizadores (com indispensáveis e sucintos comentários). Sempre gostei do Truffaut: quando nos propomos levar a cinefilia avante, é um realizador de que é fácil gostar. Como o Hitchcock, aliás, de quem o Truffaut tanto gostava. Não te vou dizer que o meu Top seria diferente, nem se faltam aqui títulos que eu poria de caras. Saúdo a tua iniciativa, sobretudo isso. A cinefilia desempoeirada.

Unknown said...

Obrigado, eu sempre tive a mania dos tops. Eu por acaso achava que o Truffaut estava um bocado esquecido, fiquei surpreendido quando ficou no topo da sondagem da N.Vague aqui do tasco.

ana said...

Para quando uma opinião sobre os filmes com nomeações para os Óscares?
:)

Unknown said...

Primeiro é preciso vê-los :)

O Narrador Subjectivo said...

claro que esse tinha de ser o primeiro... acho que o truffaut nunca o superou. cumprimentos

http://onarradorsubjectivo.blogspot.com/

Unknown said...

Também tem a ver com o facto de ser o filme que "lança" o ciclo Doinel, por assim dizer. É um filme de começos, como digo.